quarta-feira, 30 de abril de 2014

O USO DOS PORQUÊS


O USO DOS PORQUÊS

Tenho visto alguns alunos com dúvidas quanto ao emprego dos porquês. Por isso resolvi fazer uma breve explicação que irá auxiliá-los.

Não é difícil. Basta aprendermos alguns macetes. Vejam:

    1. POR QUE
    É a junção da preposição “por” + qual motivo. Você não escreve “porqual” (junto). Esse porquê também é muito usado em frases interrogativas. Veja os exemplos:

    Por que não lavou a louça? (por qual motivo)
    Estudo por que um dia serei médico. (para que)
    A vitória por que lutamos chegará.(pela qual)

    2. PORQUE
    É conhecido como o porquê de resposta, já que pode ser explicativo ou causal.

    Quando conseguirmos substituí-lo por “pois”, será explicativo.
     Não estudamos porque estávamos no mercado. 

    Quando conseguirmos substituí-lo por “como”, será causal. 
    Porque estava nervoso, saiu de casa. 
  1. 3. POR QUÊ
    Também significa “por qual motivo” ou “por qual razão”. No entanto, vem sempre antes de um ponto (interrogativo, exclamativo ou final)

    Vocês não ficaram? Por quê?

    4. PORQUÊ
    É substantivo e significa “o motivo”, “a razão”. Vem sempre acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

    Quero saber o porquê de sua demora.
    Diga-me um porquê para não vir me visitar.


Resumindo:

  • Porque (junto) – usado para frases afirmativas (explicativas ou causais);
  • Por que (separado) – em frases interrogativas ou quando pode ser substituído por “pelo qual” e suas variações;
  • Por  quê (separado e com acento) – no final de frase interrogativa.
  • Porquê (junto e com acento) – quando for uma palavra substantivada.

Vejam alguns exemplos do uso dos porquês, em um trecho do texto de Clóvis Sanches “Os porquês do porquinho”:
(Encontrei esse texto aqui)

Aconteceu na Grécia! 
Era uma vez um jovem porquinho belo e bom, muito pequenino, cuja vida foi dedicada à procura dos porquês da floresta. Tal porquinho, incansável em sua busca, passava o dia percorrendo matas, cavernas e savanas perguntando aos bichos e aos insetos que encontrava pelo caminho todos os tipos de porquês que lhes viessem à cabeça.
-
Por que você tem listras pretas se os cavalos não as têm? - perguntava gentilmente o porquinho às zebras.
- Pernas compridas
por quê, se outros pássaros não as têm? - indagava às seriemas, de forma perspicaz.
-
Por que isso? Por que aquilo?
Era um festival de
porquês, dia após dia, ano após ano, sem que ele encontrasse respostas adequadas aos seus questionamentos de porquinho.
Por exemplo, sempre que se deparava com uma abelha trabalhando arduamente, ele perguntava
por quê. E a pergunta era sempre a mesma:
- Saberias, por acaso,
por que fazes o mel, oh querida abelhinha?
E a abelha, com seus conhecimentos de abelha, sempre respondia assim
ao porquê:
- Fabrico o mel
porque tenho que alimentar a colmeia.
Mas a resposta das abelhas não o satisfazia,
porque eram os ursos os maiores beneficiados com aquela atividade.



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