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terça-feira, 21 de março de 2017

TEXTO LITERÁRIO E NÃO LITERÁRIO



O texto não literário apresenta uma linguagem objetiva e clara,  e pretende informar o leitor sobre determinado assunto. Esses textos têm função utilitária, pois servem para convencer, explicar, ordenar e informar sobre algum fato.
São exemplos de textos não literários: as notícias, os textos didáticos, as propagandas publicitárias, os artigos jornalísticos,  os verbetes de dicionários e enciclopédias, os textos científicos, os manuais, as receitas culinárias, etc.





 No texto literário, o mais importante é a expressividade. Além disso, apresenta um  vocabulário bem selecionado que transmite sensibilidade ao leitor com muita simbologia e beleza artística, possuem função estética e destinam-se ao entretenimento, ao belo, à arte e à ficção.

Agora, baseado nas características acima julgue os textos abaixo em LITERÁRIO ou NÃO LITERÁRIO.


(Texto 1) Descuidar do lixo é sujeira

Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência de uma das filiais do McDonald’s deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão. (Veja São Paulo, 23-29/12/92)





(Texto 2) O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos. 
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem. 
(Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC, 1971, p.145)





 (Texto 3)  “A Dinamarca fica no Norte da Europa. Ali os invernos são longos e rigorosos com noites muito compridas e dias curtos, pálidos e gelados. A neve cobre a terra e os telhados, os rios gelam, os pássaros emigram para os países do Sul à procura de sol, as árvores perdem as suas folhas. Só os pinheiros continuam verdes no meio das florestas geladas e despidas. Só eles, com os seus ramos cobertos por finas agulhas duras e brilhantes, parecem vivos no meio do grande silêncio imóvel e branco.”


  (Texto 4) “A Dinamarca está situada no topo da Europa, ela faz parte da Escandinávia e tem ao Sul a Alemanha como vizinha. Rica em história, ela é um dos reinados mais antigos do mundo. O seu primeiro rei, Gorm o velho (910958), estabeleceu o seu reino em 930. Sucedido pelo seu filho, Harald Dente Azul, rei da Dinamarca e da Noruega entre 958 e 985, que ergueu uma pedra rúnica em 965 no túmulo dos pais em Jutland cujo texto gravado dizia “Harald que venceu a Dinamarca e a Noruega e converteu o povo dinamarquês ao cristianismo”. O povo viking sempre esteve associado a Dinamarca que foi considerada sua pátria mãe durante todo o período do reinado viking de 800 até 1050. A Dinamarca, como a Suécia e a Noruega, possuem grandes vestígios deste período, que se revela um apaixonante tema para um itinerário cultural. A Luxury Adventures propõe aqui um passeio incluíndo todos os charmes do país.”



(Texto 5) Piratininga virou São Paulo: o colégio é hoje uma metrópole
Os padres jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega subiram a Serra do Mar, nos idos de 1553, a fim de buscar um local seguro para se instalar e catequizar os índios. Ao atingir o planalto de Piratininga, encontraram o ponto ideal. Tinha “ares frios e temperados como os de Espanha” e “uma terra mui sadia, fresca e de boas águas”. Os religiosos construíram um colégio numa pequena colina, próxima aos rios Tamanduateí e Anhangabaú, onde celebraram uma missa. Era o dia 25 de janeiro de 1554, data que marca o aniversário de São Paulo. Quase cinco séculos depois, o povoado de Piratininga se transformou numa cidade de 11 milhões de habitantes. Daqueles tempos, restam apenas as fundações da construção feita pelos padres e índios no Pateo do Collegio.
Piratininga demorou 157 anos para se tornar uma cidade chamada São Paulo, decisão ratificada pelo rei de Portugal. Nessa época, São Paulo ainda era o ponto de partida das bandeiras, expedições que cortavam o interior do Brasil. Tinham como objetivos a busca de minerais preciosos e o aprisionamento de índios para trabalhar como escravos nas minas e lavouras.
(Disponível em http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/a-cidade-de-sao-paulo)




(Texto 6) Soneto sentimental à cidade de São Paulo
Ó cidade tão lírica e tão fria! 
Mercenária, que importa - basta! - importa 
Que à noite, quando te repousas morta 
Lenta e cruel te envolve uma agonia 

Não te amo à luz plácida do dia 
Amo-te quando a neblina te transporta 
Nesse momento, amante, abres-me a porta 
E eu te possuo nua e fugidia. 

Sinto como a tua íris fosforeja 
Entre um poema, um riso e uma cerveja 
E que mal há se o lar onde se espera 

Traz saudade de alguma Baviera 
Se a poesia é tua, e em cada mesa 
Há um pecador morrendo de beleza?
(Vinícius de Moraes)




(Texto 7) História - Seca, fenômeno secular na vida dos nordestinos
A história das secas na região Nordeste é uma prova de fogo para quem lê ou escuta os relatos que vêm desde o século 16. As duras consequências da falta de água acentuaram um quadro que em diversos momentos da biografia do semiárido chega a ser assustador: migração desenfreada, epidemias, fome, sede, miséria.
Os relatos de pesquisadores e historiadores datam da época da colonização portuguesa na região. Até a primeira metade do século 17, quem ocupava as áreas mais interioranas do semiárido brasileiro era a população indígena. Uma das primeiras secas que se tem notícia aconteceu entre 1580 e 1583. (Revista Ipea, Ano 6. Edição 48 - 10/03/2009, por Pedro Henrique Barreto).





(Texto 8) O golpe de 1964 e a instauração do regime militar
Na madrugada do dia 31 de março de 1964, um golpe militar foi deflagrado contra o governo legalmente constituído de João Goulart. A falta de reação do governo e dos grupos que lhe davam apoio foi notável. Não se conseguiu articular os militares legalistas. Também fracassou uma greve geral proposta pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) em apoio ao governo. (CPDOC - FVG - O Golpe de 1964)





(Texto 9) Meu Caro Amigo (Chico Buarque - 1976)
Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta





(Texto 10) – Cântico VI (ENEM 2015)

Tu tens um medo de
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
MEIRELES, C. Antologia poética. Rio de Janeiro: Record, 1963 (fragmento).

 

 

(Texto 11) – A pátria (ENEM 2015)

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha…
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.

 

 

(Texto 12)  – À garrafa (ENEM 2015)

Contigo adquiro a astúcia
de conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
é uma lição de angústia.
Por translúcida pões
o dentro fora e o fora dentro
para que a forma se cumpra
e o espaço ressoe.
Até que, farta da constante
prisão da forma, saltes
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida,
numa explosão
de diamantes.
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.

 

(Texto 13)  – 14 coisas que você não deve jogar na privada (ENEM 2015)

Nem no ralo. Elas poluem rios, lagos e mares, o que contamina o ambiente e os animais. Também deixa mais difícil obter a água que nós mesmos usaremos. Alguns produtos podem causar entupimentos: medicamento e preservativo; óleo de cozinha; ponta de cigarro; poeira de varrição de casa; tinta que não seja à base de água; querosene, gasolina, solvente, tíner. Jogue esses produtos no lixo comum. Alguns deles, como óleo de cozinha, medicamento e tinta, podem ser levados a pontos de coleta especiais, que darão a destinação final adequada. MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado).

 

 

(Texto 14) – Rede social pode prever desempenho profissional, diz pesquisa (ENEM 2015)

Pense duas vezes antes de postar qualquer item em seu perfil nas redes sociais. O conselho, repetido à exaustão por consultores de carreira por aí, acaba de ganhar um status, digamos , mais científico. De acordo com resultados da pesquisa, uma rápida análise do perfil nas redes sociais pode prever o desempenho profissional do candidato a uma oportunidade de emprego. Para chegar a essa conclusão, uma equipe de pesquisadores da Northern Illinois University, University of Evansville e Auburn University pediu a um professor universitário e dois alunos para analisarem perfis de um grupo de universitários. Após checar fotos, postagens, número de amigos e interesses por 10 minutos, o trio considerou itens como consciência, afabilidade, extroversão, estabilidade emocional e receptividade. Seis meses depois, as impressões do grupo foram comparadas com a análise de desempenho feita pelos chefes dos jovens que tiveram seus perfis analisados. Os pesquisadores encontraram uma forte correlação entre as características descritas a partir dos dados da rede e o comportamento dos universitários no ambiente de trabalho. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado

  

(Texto 15)  – Obesidade causa doença (ENEM 2015)

A obesidade tornou-se uma epidemia global, segundo a Organização Mundial da Saúde, ligada à Organização das Nações Unidas. O problema vem atingindo um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo, e entre as principais causas desse crescimento estão o modo de vida sedentário e a má alimentação. Segundo um médico especialista em cirurgia de redução de estômago, a taxa de mortalidade entre homens obesos de 25 a 40 anos é 12 vezes maior quando comparada à taxa de mortalidade entre indivíduos de peso normal. O excesso de peso e de gordura no corpo desencadeia e piora problemas de saúde que poderiam ser evitados. Em alguns casos, a boa notícia é que a perda de peso leva à cura, como no caso da asma, mas em outros, como o infarto, não há solução. FERREIRA, T. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 2 ago. 2012 (adaptado).



GABARITO

Texto 1 - Não literátio
Texto 2 - Literário
Texto 3 - Literário
Texto 4 - Não literário
Texto 5 - Não literário
Texto 6 - Literário
Texto 7 - Não literário
Texto 8 - Não literário
Texto 9 - Literário
Texto 10 - Literário
Texto 11 - Literário
Texto 12 - Literário
Texto 13 - Não literário
Texto 14 - Não literário
Texto 15 - Não literário



BONS ESTUDOS.

segunda-feira, 20 de março de 2017

A chegada dos portugueses ao Brasil na ARTE

Encontrei esse material no site www.newsrondonia.com.br .

É uma verdadeira aula sobre história e arte.

HISTÓRIA E ARTE NA CHEGADA DOS PORTUGUESES AO BRASIL

Este paralelo entre a arte, a história e a cultura, especificamente aqui registrado, denota a grandeza de espírito de alguns consagrados pintores brasileiros e europeus, que através de suas singularidades e habilidades particulares, conseguiram deixar relevantes marcas, grudadas eternamente neste Brasil heterogêneo.
Diversos artistas brasileiros e europeus buscaram pintar o coração do Brasil através do imaginário social de suas telas. Segundo Jorge Coli: “A arte tem assim uma função que poderíamos chamar de conhecimento, de aprendizagem. Seu domínio é o do não-racional, do indizível, da sensibilidade: domínio sem fronteiras nítidas, muito diferente do mundo da ciência, da lógica, da teoria. Domínio fecundo, pois nosso contato com a arte nos transforma. Porque o objeto artístico traz em si, habilmente organizados, os meios de despertar em nós, em nossas emoções e razão, reações culturalmente ricas, que aguçam os instrumentos dos quais nos servimos para aprender o mundo que nos rodeia.”

DESCOBRIMENTO DO BRASIL – FRANCISCO AURÉLIO DE FIGUEIREDO E MELO – 1887
Deter-nos-emos aqui apenas a comentar sobre a pintura, importante modalidade artística que também marcou profundamente a história do Brasil. Este paralelo entre a arte, a história e a cultura, especificamente aqui registrado, denota a grandeza de espírito de alguns consagrados pintores brasileiros e europeus, que através de suas singularidades e habilidades particulares, conseguiram deixar relevantes marcas, grudadas eternamente neste Brasil heterogêneo.
Inicialmente, observemos a obra de Aurélio de Figueiredo (1854-1916), que neste sentido a intitula de “Descobrimento do Brasil”. Figueiredo era neto do tradicional músico nordestino Manuel de Cristo, e, portanto, já carregava em si, o sentimento da arte. Nesta obra, a esquadra de Cabral se aproxima do litoral brasileiro de forma gloriosa e neste sentido Portugal concretizaria mais uma importante conquista em sua hegemônica expansão marítimo-comercial.
Oscar Pereira da Silva (1865-1939) também retrata a chegada de Cabral ao Brasil, através da obra “desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro”. Os conquistadores chegaram em 13 caravelas no Monte Pascoal, dando assim certa consolidação do que fora assinado no Tratado de Tordesilhas em 1494.

DESEMBARQUE DE PEDRO ÁLVARES CABRAL EM PORTO SEGURO – OSCAR PEREIRA DA SILVA – 1922
O pintor Cândido Portinari (1903-1962) na obra “O Descobrimento do Brasil”, atenta para uma visão que demonstra quais seriam os impactos causados pela conquista européia em Território Brasileiro. Ao chegarem à Ilha de Vera Cruz em 22 de abril de 1500, primeira denominação dada ao Brasil, a esquadra de Cabral encontrou nossos primeiros habitantes.
Antes, porém de Cabral, outros dois grandes navegadores estiveram no Brasil: o espanhol Vicente Pizón teria chegado a Ponta do Mucuripe no litoral cearense no dia 26 de janeiro de 1500 e o português Duarte Pacheco que teria chegado ao Brasil ainda em 1498. Considerado o maior cosmógrafo de seu tempo, Pacheco foi árduo defensor do Tratado de Tordesilhas, e praticamente assegurou o domínio de nossas terras aos portugueses.
De volta a Portugal parte a esquadra de Cabral que chegara reduzida a mais da metade, visto que algumas naus foram devoradas por grandes tempestades marítimas. O primeiro navio de sua esquadra chega no dia 23 de junho de 1501 e finalmente Cabral é recebido por D. Manuel em 21 de julho do mesmo ano em Lisboa.
Os indígenas, oriundos do continente asiático, chegaram ao Brasil durante um longo processo histórico que se estendeu aproximadamente de 40 a 60.000 anos AC. Os Alóctones, possivelmente teriam se deslocado através do estreito de Bering. Após a conquista, os indígenas passarão por um longo período de escravidão, trabalhando no que seria o primeiro ciclo econômico brasileiro: o Pau-Brasil.
Durante o processo de escravidão indígena, Frei André Thévet, Frade Franciscano Frances, realizou diversas ilustrações quando esteve no Brasil em viagens realizadas durante o século XVI.
“A Carta do Achamento do Brasil”, escrita por Pero Vaz de Caminha entre 26 de abril a 02 de maio tornou-se relevante documento de estudo da historiografia para melhor compreendermos a trajetória da chegada dos portugueses no Brasil. As 27 páginas de papel foram entregues a Dom Manuel I por Gaspar de Lemos.
Quatro dias depois da chegada de Pedro Álvares Cabral no Brasil, exatamente num domingo de páscoa, foi celebrada a primeira missa no Brasil pelo Frei Henrique Soares Coimbra em Porto Seguro na Bahia. A missa foi retratada pelo pintor Victor Meirelles (1832-1903), irmão do também pintor Aurélio de Figueiredo. O pensamento cristão dominante está representado pela cruz, em paralelo a aceitação e curiosidade indígena demonstrado na tela.

PRIMEIRA MISSA NO BRASIL – VICTOR MEIRELLES – 1860
A Primeira Missa foi também retratada por Cândido Portinari. Desta feita na visão do artista plástico brasileiro, a primeira missa não fora oferecida a todos, mas apenas a uma elite dominante formada por religiosos, comerciantes e integrantes da coroa portuguesa.

A PRIMEIRA MISSA – CÂNDIDO PORTINARI – 1948
Observemos agora outras visões de pintores europeus que remontam o pensamento da conquista do Novo Mundo. Na pintura “Adoração dos magos”, atribuída a Vasco Fernandes, o Grão - Vasco, oriunda do Retábulo da Capela Mor da Sé de Viseu, datada de 1505, um índio participa ativamente deste cenário religioso na adoração ao filho de Deus. O Tupinambá, apesar da flecha e o cocar, aderiu em pouco tempo às tradições religiosas européias. A amostra bíblica também exalta Pedro Álvares Cabral de joelhos fazendo seus agradecimentos.
Na obra “O Inferno”, podemos observar os castigos provenientes do Santo Ofício, tais como, cabelos de mulheres sobre brasas ardentes e outros mergulhados num imenso caldeirão sob o fogo. No trono do inferno podemos ver um índio comandando as condenações, enquanto outros indígenas são aqui retratados como uma mistura feita ao demônio.

O INFERNO – ÓLEO SOBRE MADEIRA – AUTOR IGNORADO – PRIMEIRA METADE DO SÉC. XVI

MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA – LISBOA
Estima-se que cerca de 15 milhões de indígenas tenham sido exterminados com a conquista européia no continente americano. Este extermínio é considerado como um dos maiores genocídios cometidos contra a humanidade.
O historiador Boris Fausto ao falar sobre a população ameríndia na época da chegada dos europeus informa que: “podemos distinguir dois grandes blocos que subdividem essa população: os tupis-guaranis e os tapuias. Os tupis-guaranis estendiam-se por quase toda a costa brasileira, desde pelo menos o Ceará até a Lagoa dos Patos, no extremo sul. Os tupis, também denominados tupinambás, dominavam a faixa litorânea, do norte até Cananéia, no sul do Estado de São Paulo; Os guaranis localizavam-se na bacia Paraná-Paraguai e no trecho do litoral entre Cananéia e o extrema sul do que viria a ser o Brasil, Apesar dessa localização geográfica diversa dos tupis e dos guaranis, falamos em conjunto tupi-guarani, dada a semelhança de cultura e de língua.
A partir de 40.000 anos AC, populações indígenas começaram a reinventar nosso território. Com a chegada dos europeus a reinvenção continuou, agora sob uma nova visão de colonização e exploração, de uma mentalidade opressiva e de uma reacionária espoliação social. Os capitais nacional e internacional ainda promove o surgimento da miséria, da mortalidade infantil, das chacinas e dos desalojados. Neste sentido, o Brasil precisa ser reinventado a cada dia, através de ações que coíba o proliferar da corrupção. O Brasil precisa ser adotado por nós brasileiros, sempre ao lado de uma carta magna que propicie a nossa gente, mais saúde e educação, mais segurança, saneamento básico e moradia, e uma melhor distribuição de renda para seus filhos e filhas: Viver com dignidade.
Desta forma, podemos dizer, conforme relata Coli, que “Nossa abordagem visou sempre à relação espectador-obra. Apesar das lacunas e defeitos inevitáveis num texto sucinto e geral como este, se conseguimos alertar o leitor para alguns problemas, se ele descobriu uma ou outra coisa nova, se alguma interrogação sobre o objeto artístico surgiu em seu espírito, então acreditamos que nosso tempo não foi perdido, nem o dele.”

Exercícios sobre história e origem da Língua Portuguesa



1) Preencha a cruzadinha com línguas originadas do latim.







P












O












R












T












U












G












U












Ê












S







2) Observe o grupo de palavras e agrupe-as conforme a origem dos vocábulos.
Acarajé   farofa    garrafa     fubá    jabá     laranja     moqueca   axé     Iemanjá    macumba     Xangô   bobó    café     enxaqueca    esfirra     fulano     Imbecil   Incesto     Ônibus     matraca     Prematuro

ÁRABE
AFRICANA
INDÍGENA
LATINA
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·                      
·                      

3) Indique, no mapa, os países que falam a Língua Portuguesa.







4) Questão de ENEM

Texto I
Um ato  de criatividade pode gerar um modelo produtivo. Foi  o que  aconteceu  com a  palavra  sambódromo, criativamente formada  com a  terminação -(o)dromo (=corrida), que  figura  em  hipódromo,  autódromo, cartódromo, formas  que designam   itens culturais da alta  burguesia. Não demoraram a  circular, a  partir de  então, formas populares como  rangódromo, beijódromo, camelódromo.
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008
Texto  II
Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo  uma  passarela para desfile de escolas de samba? Em grego, -dromo quer  dizer  “ação de correr, lugar de corrida”, daí  as  palavras autódromo e  hipódromo. É  certo que, às   vezes, durante  o desfile, a escola se  atrasa e é  obrigada a correr para não perder  pontos, mas  não se descoloca a velocidade de um cavalo  ou de  um carro de  Fórmula 1.
GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012.
Há  nas línguas  mecanismos geradores de palavras. Embora o  texto  II apresente um julgamento de  valor sobre a formação da  palavra sambódromo, o processo de  formação dessa palavra  reflete
(A) o  dinamismo da  língua  na criação de novas palavras.
(B) uma nova realidade limitando o aparecimento de  novas palavras.
(C) a apropriação inadequada de mecanismos de  criação de palavras  por  leigos.
(D) o reconhecimento a impropriedade semântica dos neologismos.
(E)  a restrição na produção de novas  palavras com  o  radical  grego.


GABARITO


1)  




E
S
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G












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F
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A
N
C
Ê
S











S







2)  
·      ÁRABE
·    AFRICANA
·       INDÍGENA
·    LATINA
·  café
·  chafariz
·  elixir
·  enxaqueca
·  esfirra
·  fulano
·  garrafa
·  javali
·  laranja
·  limão
·  masmorra
·  matraca
·  mesquita
·   
·    acarajé
·    bobó
·    farofa
·    fubá
·    jabá
·    moqueca
·    quibebe
·    quitute
·       axé
·       Exu
·       Iemanjá
·       macumba
·       orixá
·       umbanda
·       Xangô

·    Imbecil
Veio do latim imbecille, fraco fisicamente, doente, incapaz de sustentar-se (depois, fraco moralmente).
Imbecille se formou de im-, sem + bacillu, diminutivo de baculu, cajado, bastão. Assim, imbecille significava sem bastão, querendo dizer “sem sustentação”.
Depois, no francês, imbécile ganhou o sentido de idiota, com que passou para outras línguas neolatinas.
Incesto
Do latim incestu (impureza, adultério, incesto).
·    Ônibus
Do latim omnibus, que significava “para todos”.
·    Prematuro
Do latim praematuro, formado de prae, antes + maturu, maduro.
Seu sinônimo tem história bem parecida: 
precoce veio do latim praecoce, formado de prae, antes + coquere, cozinhar, amadurecer.

3)




4) Questão de ENEM

Gabarito oficial: A
comentário:
 Neologismo  é o  processo em   que   novas  palavras  são criadas  na  língua ou  adquirem um  novo significado.  A  questão do  ENEM  contrapõe  dois   fatores: a evolução da  língua – reforçada pelo   texto  I –  e  a resistência a uma inovação  linguística –  representada pelo  texto  II.   A alternativa  A mostra ao  candidato  que,  independentemente  da  resistência de  um ou  outro   usuário da  língua,  a  evolução linguística  acontece e  é  um processo   normal  na   linguagem.